Na sociedade contemporânea, a referência à crise (sanitária, política ou ambiental) é onipresente, ainda mais em um mundo globalizado no qual os fenômenos de contágio são extremamente rápidos. Este livro reúne as reflexões conjuntas de jovens pesquisadores de doutorado da Universidade de São Paulo e da Université Libre de Bruxelles. Ele oferece uma reflexão interdisciplinar e diacrônica sobre aspectos muito variados das crises antigas e contemporâneas, reunindo os pontos de vista de historiadores, arqueólogos, políticos, juristas, sociólogos, antropólogos, psicólogos e especialistas em saúde (ver sumário). Esses estudos cruzados testam o conceito plástico de crise em campos diferentes e complementares, como a fome, os movimentos sociais, as migrações, o urbanismo, as políticas públicas, as epidemias e os problemas econômicos.
Um dos artigos deste livro organizado por Marcelo Cândido da Silva, Alexis Wilkin, Serge Jaumain, Néri de Barros Almeida, Frédéric Louault é o da pesquisadora Maria Luzia Carvalho de Barros, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa. Josué de Castro e a fome: o complexo e o banal (página 101) é o título do artigo, resultado do trabalho apresentado durante a Escola Doutoral "Crises: Uma Perspectiva Multidisciplinar", realizado pelo IEA-USP no ano de 2017.
Foi o único trabalho da área de estudos em literatura selecionado para participação em um encontro que resultou de um projeto iniciado em 2016, quando foi lançada uma chamada para que doutorandos de todo o mundo enviassem trabalhos sobre a crise em diversas perspectivas – política, ambiental, econômica, trabalho, alimentar, urbana etc. Neste encontro, os autores dos 18 melhores trabalhos 9 estrangeiros e 9 brasileiros, selecionados por um Comitê Científico, apresentaram os temas de suas pesquisas.
A tese de doutorado de Luzia Barros está disponível no Banco de Teses USP - "Na raiz, a fome: uma leitura dos romances Vidas secas, de Graciliano Ramos, Os flagelados do vento leste, de Manuel Lopes e Famintos, de Luís Romano".
A mesa do pobre é escassa, mas o leito da miséria é fecundo.
(Adágio popular)
As contribuições da pesquisadora durante evento podem ser vistas neste vídeo, a partir de 1:04:22 até o final. Localização dos trechos em língua portuguesa:
a) Apresentação da comunicação |1:04:22 - 1:39:09
b) Pergunta e resposta |2:19:00 - 2:28:00
c) Pergunta e resposta |2:41:20 - 2:44:45
d) Pergunta e resposta |2:46:46 - 2:5046
As discussões de todas as mesas do Encontro podem ser acessadas diretamente no portal IPTV-USP. Seguem os links das mesas: 2, 3, 4, 5 e 6.
Sobre a pesquisadora - Maria Luzia Carvalho de Barros possui graduação em licenciatura pela Universidade de São Paulo (2010), graduação, licenciatura em Letras pela Universidade de São Paulo (2007), mestrado (2011) e doutorado (2017) comparados de literaturas de língua portuguesa. Foi bolsista Capes durante o período do doutorado em que foi orientanda do Prof. Doutor Benjamin Abdala Junior. Atua principalmente nos seguintes temas: literatura cabo-verdiana, conto século XX, estudo comparado de literaturas em português, desespero e literatura e marginalidade. Dedica-se a estudar a obra do geógrafo Josué de Castro, sobretudo o livro "Geografia da Fome".
