Convidamos alunos de graduação, de pós-graduação e demais interessados a apresentarem os seus trabalhos “Para a história não oficial de Camões: novas propostas de estudos camonianos”.

Camões não oficial está nos estudos à margem do cânone, no retrato da prisão e em determinados gêneros, formas e lugares em que o discurso baixo ou medíocre, do erotismo à prostituição, foi a opção de escrita: sonetos, autos, cartas em prosa, sátiras, emulação renascentista do homoerotismo antigo no discurso bucólico.

Camões  não  oficial  não  é  o  único,  o  melhor,  o  maior,  mas  um  entre  muitos pares:  a  questão  do  cânone  lírico.  Emulador  da  matriz  castelhana  aquém  da  italiana. Camões não oficial é poeta visual, compõe labirintos de versos, acrósticos abecedários, motes acrósticos. Camões não oficial escreve sonetos que são cantados e musicados.

Camões  não  oficial  frequenta  em  Lisboa  o  ‘mal  cozinhado’,  ‘Babel’  onde “mouros,  judeus,  castelhanos,  leoneses,  frades,  clérigos,  casados,  solteiros,  moços  e velhos” pagodeavam, não sem arruaças. Camões não oficial teve doença venérea (Faria e Souza dixit), experimentou na Índia drogas, afrodisíacos, triagas: lugares e imagens de sua poesia. Camões não oficial despertou o desejo nas ledoras da sociedade de corte e nas leitoras da sociedade burguesa.

Camões  não  oficial  exerce  a  sátira  política  na  poesia  oral,  vocalizando  em performance  a  sua  crítica  ao  desconcerto  do  mundo.  Camões  oficial  é  herói  do colonialismo  português:  Camões  não  oficial  requer  um  discurso  crítico  decolonial. Camões não oficial está nos impressos e manuscritos quinhentistas e seiscentistas seus e de seus contemporâneos à espera de projetos editoriais.

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