No dia 28 de setembro de 2016 faz 500 anos que o Cancioneiro Geral de Garcia de Resende foi impresso em Portugal. Ao lado de trovas em luso-castelhano – variante lusitana do código poético palaciano ibérico, cujo centro era a corte e a língua castelhanas –, encontram-se documentados, pela primeira vez em letra de forma, poemas escritos na língua portuguesa, ao longo da segunda metade do século XV, até o ano da sua publicação, em 1516. Com um ciclo de palestras que revisita o Cancioneiro de Resende como documento/monumento tipográfico e poético musical da poesia palaciana ibérica em Portugal, esta jornada integra as comemorações do seu quinto centenário. A fim de rever o seu lugar inaugural na história da poesia em língua portuguesa, objetiva-se revisitar os diversos gêneros e formas da poesia palaciana, cantada, musicada ou vocalizada, em performance, segundo a teatralidade de corte ibérica. A jornada reúne palestrantes como Sheila Moura Hue, Marcello Moreira, Márcio Muniz, Geraldo Augusto Fernandes e Ana Carolina Neves. Por fim, a comemoração encerra-se com palestra-performance de poesia musical palaciana por Mônica Lucas e Pedro Diniz. Pretende-se, em suma, revisitar em profundidade a poesia palaciana como manifestação artística das cortes ibéricas na passagem do século XV para o XVI, sem deixar de apontar para a sua atualidade, no que respeita à celebérrima cantiga de Sá de Miranda, “Comigo me desavim”, inscrita na estação do metrô Vila Madalena.
A organização é de Marcia Arruda Franco, professora do Programa de Pós-Graduação de Literatura Portuguesa da FFLCH/USP, com apoio do CELP. O evento se vincula às atividades do Grupo de Pesquisa Revisão do Trovadorismo Palaciano - Novas Abordagens da História Literária, certificado pelo CNPq.
PS: Haverá emissão de certificados, também válidos para as AACC´s. Carga Horária: 5 horas.